14.12.06
Entrevista a Ugia Pedreira
Tal e como comentara, a miña primeira colaboración con El País foi sobre Marful. Xa que logo, aproveito para reproducir en Cabrafanada o material xornalístico que xenerei e empreguei. A continuación reproduzo algunhas das preguntas que lle fixen a Ugia Pedreira para a miña crónica (xa publicada o pasado venres no suplemento Luces) e as respostas da cantante.
—¿Que é Marful para Ugia Pedreira?
—O projecto que estava desejando ter. Um cuarteto musical que se conhece, se entende, se admira e se respeita. Os 4 temos muito claro qual é o som Marful. A música popular galega urbam. Composiçons próprias, melodias populares, letras de autores-as galegos, as minhas letras, os arranjos de Pedro, Marcos, e Teira. O Som dos instrumentos de madeira. A inspiraçom dos salons de baile quando o baile estava cheio de inequívocos e era o acto sexual permitido em público. Música galega de influéncia americana. A lembranza dos portos, das tabernas, da emigraçom, das casas de indiano, daquelas festas donde havia pequenas orquestinas que misturavam a música tradicional galega com os primeiros passinhos de jazz.
—Fálame do teu avó Marful, do que o voso grupo apañou o nome.
—Ele como tantos outros marchou a Cuba e flipou com a vida da Ilha. De Mondonhedo á Havana. Tivo uma filha ali cuma mulata e voltou á Marinha sem um cam, nem tam siquer com a maleta.
Dezia que em Cuba sempre durmira a 4 pernas. Era um vividor com dotes de poeta, relogio de peto, traje e mui guapo. Nom tivo ofício fijo, fijo um pouco de todo e de nada, argalhava.
—¿A precariedade na distribución da música galega eiva o voso traballo profesional?
—Os 4 fazemos música desde hà muitos anos, umas vezes com melhor ou pior distribuiçom. A situaçom laboral dum artista é um vai e bem, agardamos sempre a seguinte ola e a necessidade e prazer que produze a musa música p. ej. em palco tá muito por cima de qualquer precariedade. Este disco de Marful leva desde o mes de junho no mercado "independente" e vendi-mos 3 ediçons. O disco tá gustando muito e mercan-se molhos del, neste caso o boca a boca e a "trasmisom sonora" é imparável e impagável.
—¿Podes describirme o Baile de Benito, ese que estaba situado perto da túa casa e no que vos inspirades?
—Capacidade para 350 pessoas. Grande e luminoso, todas as paredes tenhem enormes janelas. É um edifício construido no 36 e neste ano da guerra abriu-se ó público. O melhor baile da Marinha por arquitectura, decoraçom, situaçom e vinham as melhores orquestras do momento. O teito ainda hoje segue decorado com motivos floraris, 6 grandes lámpadas redondas e brancas de cristal baixavam deste maravilhoso teito. O chao de baile é de madeira de castanho... e nas paredes pode-se lêr: "No se cede pareja", "Reservado derecho de admisión", "Capacidad para 240 personas". Um auténtico baile americano.
—A que se debe o feito de que gravásedes nas vosas casas e nos estudos da Radio Galega?
—Uma eleiçom totalmente nossa ... isto fai-no Manu Chao ou Sting. Pedro Pascual fai producçons de alguns discos e tinha muito claro o som marfuliano. Entom gravamo-lo tranquilamente, pouco a pouco, com calma, deixando levar-se polas estaçons do ano , as situaçons, desfrutando dos amigos como Guillermo Fdez (Berrogueto).Na sua casa (que é um lugar especial) grabei a voz.
O que denota tudo isto é que a maior revoluçom musical destes últimso 15 anos está em poder fazer e grabar música na tua casa porque os medios para elo estam democratizados. Em Galiza jà hà gente como Xurxo Pinheiro, Nacho Muñoz... sacando um som interesante ás suas producçons.
Marful fomos a misturar os estupendos estudos de Angel Katarin, do melhor da Península para música acústica e logo a fabricar cuma editora de conceito livre como é Producciones Efímeras.
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